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quarta-feira, 29 de julho de 2009

"A linguagem tem variações regionais, sociais de estilo. Mas a língua da cultura se sobreleva e possibilita a unidade nacional no idioma."

Evanildo Bechara

Enviado em 08-06-2008

domingo, 26 de julho de 2009

Este vídeo mostra os desvios gramaticais da norma culta da língua portuguesa.

A Língua Portuguesa e suas curiosidades


A Língua Portuguesa apresenta uma infinidade de regras que precisam ser obedecidas; caso contrário, o ato de comunicação pode ser comprometido. Os interlocutores transmitem uma coisa "achando" que é outra. Sendo assim, a mensagem perde o seu verdadeiro significado. Para saber mais sobre curiosidades da Língua Portuguesa clique aqui.

Por Cristiane Toledo.

O que muda nos concursos com a entrada da nova ortografia?


O fato de ser a disciplina exigida em todos os concursos públicos talvez seja o principal motivo que faça com que muitas pessoas não percebam que a disciplina de Língua Portuguesa é uma das que mais reprovam nessas seleções. Mas agora há um novo complicador que surge a partir da aplicação de dois itens do Decreto 6583 (Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa), que declara:1) O Acordo entra em vigor em 01/01/2009 (artigo 2º); e 2) Coexistirão as normas antigas e as novas até 31/12/2012 (§ único do mesmo artigo).
Aparentemente não há qualquer confusão, pois a conclusão imediata a que se chega é que os concursos públicos, as provas escolares e os vestibulares deverão considerar como corretas as duas formas ortográficas da língua: a antiga e a nova, até o final de 2012.

MAS EIS A GRANDE POLÊMICA (ou POLÉMICA):

E quanto às questões objetivas? O organizador do concurso pode exigir do candidato o conhecimento somente das novas regras? Pode exigir somente as regras antigas? Outra pergunta: o organizador pode elaborar questões exigindo o conhecimento a respeito das mudanças de uma norma em relação à outra?
Fomos buscar as respostas. O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), um dos mais tradicionais organizadores de provas para concursos do país, respondeu SIM a todas essas perguntas. Segundo o doutor Marcus Vinicius Siqueira, coordenador acadêmico da Instituição, os candidatos deverão conhecer bem as normas antigas e as novas, assim como os pontos de mudança entre as duas. Somente nas provas discursivas “as bancas de correção serão orientadas para aceitar livremente ambas as formas de escrita durante o período de transição [de 2009 a 2012]“, acrescentou o coordenador.
Na Fundação Carlos Chagas, na ESAF, na Cesgranrio e na Vunesp, as respostas foram praticamente as mesmas. A maioria delas informa, ainda, que a redação utilizada na elaboração de suas questões (enunciado e alternativas) será grafada conforme o novo padrão oficial.

ATENÇÃO ESPECIAL NOS EDITAIS DOS CONCURSOS

Os candidatos devem ficar atentos, principalmente, ao conteúdo programático constantes do edital. “Para as questões objetivas, se o edital exigir o conhecimento ortográfico do Decreto 6583, somente este conhecimento será exigido. Daí a necessidade de conhecer a nova norma e as mudanças que ela introduziu. Se o edital for omisso a esse respeito, o candidato deverá conhecer as normas antigas e as novas”, esclarece o professor Guerra, que há 15 anos atua na preparação de candidatos para concursos públicos.
Guerra faz ainda um alerta: “É importante que o candidato também leia sobre os motivos que levaram à existência da Reforma Ortográfica, assim como o seu processo de criação, pois o assunto poderá ser exigido também em outra disciplina: a de Atualidades ou Conhecimentos Gerais, muito presentes nos concursos de hoje em dia”.
Como se vê, a melhor alternativa é conhecer as novas regras desde de já. Baixe abaixo um resumo das atuais normas, assim como uma apostila com o conteúdo do Decreto 6583, com suas 74 regras contidas em 21 bases (pontos) que compõem o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Apostila
Resumo
Fonte: Folha Dirigida
http://www.obloog.com/concursos/?p=445

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ensino da Gramática. Opressão? Liberdade?


O ensino da gramática normativa não pode ser abolido; assim como não se pode
desprezar o modo espontâneo e coloquial do falar brasileiro. Deve-se ter um equilíbrio entre este e aquele. Como afirma o ilustro gramático Evanildo Bechara
"Devemos ser poliglotas dentro da nossa própria língua". O que na verdade ele quis dizer é que, o brasileiro precisa dominar vários registros da língua, utilizando-os de forma adequada; na hora certa. Um exemplo prático seria: "Ninguém vai a uma cermônia de casamento de chinelo, nem à praia de salto alto". Compreende-se que tudo é uma forma de adequação, assim como a língua. Leia mais sobre o assunto clicando aqui.

Por Cristiane Toledo.


Redação: Como vencer esse medo?

Escrever uma boa redação não é um "bicho-de-sete-cabeças". O que desestimula o candidato à elaboração de um texto, muitas vezes, é a falta de prática. Não existe uma fórmula mágica; o que existe são técnicas de como se estruturar um texto, seja ele de caráter descritivo, narrativo ou dissertativo opinativo/argumentativo.

Uma boa dica para quem realmente quer aprender a escrever é escrevendo e lendo muito. São através desses dois pilares: leitura e escrita, que o candidato passará a conhecer uma diversidade de assuntos; escrever de forma coerente e coesa; adquirir um vocabulário rico em palavras; e o melhor de tudo isso é, criar o hábito no cumprimento dessas tarefas. Sendo assim, o medo desaparecerá na hora que for preciso elaborar uma redação.

Por Cristiane Toledo.

terça-feira, 21 de julho de 2009




COMO FAZER UMA BOA REDAÇÃO

A redação no vestibular assusta muitos estudantes. Para grande parte dos vestibulandos, os temas propostos nas provas parecem abstratos e indecifráveis, sem relação como nada que acontece com a gente. E, para piorar a situação, a redação tem um peso enorme na nota.

Fazer exercícios semanais de redação é a melhor maneira de se preparar para a prova, porque estruturar um texto é principalmente um questão de treino, seja esse texto narrativo ou dissertativo.

Talvez o primeiro passo para ir bem na redação do vestibular seja encará-la não como uma obrigação chata e inevitável, mas como uma oportunidade de se expressar, de mostrar aos outros o que você pensa e com sigilo absoluto. Os assuntos proposto nos exames normalmente são genéricos e permitam várias abordagens e enfoques. Você pode pincelar uma frase que tenha haver com o momento que está vivendo e transformá-la em uma redação. ninguém irá avaliar se a sua idéia está certa ou não. O que importa é o texto. Leia, a seguir, algumas dicas para fazer uma boa redação.

REDAÇÃO PASSO A PASSO

Nove entre dez vestibulares pedem textos dissertativos, que nada mais são do que comentários sobre uma idéia. O que sobra é o texto narrativo, que conta uma história. As dicas a seguir se aplicam aos dois casos.

LINHA DE RACIOCÍNIO

Você tem de escolher um dos milhões de enfoques possíveis. Anote todas as idéias que lhe vêm à cabeça, juntamente com palavras e frases de efeitos, e depois selecione os conjuntos mais interessantes para desenvolver.

LÓGICA

O texto deve ter começo, meio e fim.
No começo, você introduz uma idéia; no meio, você a desenvolve, apresentando argumentos que a comprovem; e, no fim, você faz uma conclusão sobre a idéia inicial.

FUNDAMENTAÇÃO

Todo argumento que você apresentar deve ser fundamentado em histórias, fatos ou opiniões que você encontra na seu repertório, baseado na sua história pessoal. Ou seja, são as lembranças que você tem das conversas com amigos e a família, das letras de música, programas de TV, filmes, debates na escola e da leitura de jornais, revistas e livros.

EMOÇÃO

Um texto "tanto-faz-como-tanto-fez" pode ser chato. ë mais gostoso ler um texto que tem sentimento. O uso de frases e palavras fortes pode contribuir para isso. Procure se inspirar em letras de músicas brasileiras, como as de Arnaldo Antunes, Renato Russo, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Fonte: InfoAfolha/Abril-97
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Como interpretar um texto



Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

Denotação e Conotação

Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significações).
Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

Como Ler e Entender Bem um Texto

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

Tudo sobre Concursos
http://www.tudosobreconcursos.com/content/view/124/28/

A Gramática Tradicional – Falhas e Novas Propostas

Publicado por Júlia Machado Campolina [Jujups] em 10/4/2008 (1391 leituras)

Resumo: O presente artigo trata das transformações sofridas pela Língua Portuguesa, surgindo daí a necessidade de atualização da Gramática Tradicional, também conhecida como Gramática Normativa. Atuais estudos desenvolvidos por lingüistas apontam os pontos gramaticais carentes de tais atualizações, além de apresentarem novas propostas mais consistentes e coerentes.

Palavras - chaves: Língua Portuguesa, evolução, Gramática Normativa, atualização, análise, reflexão.

O artigo em questão vem discutir pontos falhos da Gramática Tradicional e correspondentes propostas mais coerentes e consistentes. Tal discussão tem como objetivo a reformulação gramatical por meio de uma análise reflexiva dos conceitos e regras apresentadas pela Gramática Normativa. Tudo isso se justifica com o fato da língua portuguesa estar em constante evolução, surgindo daí a necessidade de atualizações.

Atualmente podemos perceber a doutrina gramatical como um conjunto de afirmações aparentemente gratuitas e sem grande relação com fatos observáveis, sendo considerada ultrapassada. Isso é justificado por algumas falhas principais:

• Inconsistência teórica
• Falta de coerência interna
• Caráter predominantemente normativo
• Enfoque centrado no dialeto padrão (escrito), com exclusão de todas as outras variantes.

Tendo em vista, tais falhas, os recentes estudos lingüísticos apontam novas propostas, soluções para elas. Primeiramente, a gramática deverá se sistemática, teoricamente consistente e coerente. Em segundo lugar o dialeto padrão deve ser visto como uma dentre varias variantes lingüísticas, sendo as principais também explicitadas. Deve-se enfatizar que existem fatores que determinam tal variação e que a adequação / inadequação do emprego de tais variantes é relativa, dependendo das circunstancias em questão.
Perini (2000) trata, com bastante clareza e objetividade, do assunto em questão. O autor discute, dentre as três falhas básicas da Gramática Tradicional, a questão da incoerência e inconsistência teórica. Para isso, aborda alguns pontos gramaticais, a título de exemplificação, tais como a transitividade verbal, o posicionamento dos clíticos ou pronomes oblíquos e a noção de sujeito.
A incoerência teórica é bem exemplificada por Perini através da analise e reflexão da transitividade verbal. A transitividade verbal, ao classificar os verbos em intransitivos; transitivos diretos, indiretos e diretos/indiretos; de ligação tem como critério a exigência e recusa de complementação verbal e o tipo de complemento exigido. A incoerência teórica faz-se presente ao passo que tal classificação não prevê os casos de aceitação livre de complementação.
Por meio da análise e reflexão da questão do posicionamento dos clíticos, Perini retrata com clareza uma outra grande falha da Gramática Tradicional: o artificialismo lingüístico, uma vez que ela expõe regras quanto ao uso “correto” dos pronomes oblíquos, regras estas distantes do uso dos falantes de uma determinada comunidade lingüística.
Aliados às discussões acima, Perini também propõe soluções para as falhas encontradas nas descrições gramaticais. Quanto à transitividade verbal, sugeri a criação de outro critério de classificação além do já existente, o critério da aceitação livre de complementação. Já quanto à questão da colocação pronominal clítica, a solução seria uma nova descrição gramatical mais próxima do uso dos falantes brasileiros.
Podemos concluir, através do presente artigo, que a Gramática Tradicional ou Normativa apresenta falhas no que diz respeito aos conceitos e regras por ela expostos. Surge daí a necessidade de reformulação, atualização dessa gramática, ao passo que a Língua Portuguesa está em crescente evolução. Mais do que isso, o ideal seria a renovação do ensino gramatical por meio da criação de novas atitudes de maior responsabilidade teórica, maior rigor de raciocínio, libertação do argumento da autoridade, mais espírito crítico. Só assim poderá o ensino da gramática proporcionar um campo para o exercício da argumentação e do raciocínio, contribuindo para a formação intelectual dos estudantes.

http://www.jomar.pro.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=133

Exercícios sobre tipos de predicados + Gabarito

Segundo a informação contida no predicado, ele pode ser:

Verbal;
Nominal;
Verbo-nominal.

Predicado verbal (PV) – É aquele que informa uma ação. O núcleo do predicado verbal é o próprio verbo.

Exs.:

As árvores florescem na primavera. (VI)
Os pássaros fazem seus ninhos. (VTD)
Nós concordamos com você. (VTI)
Os alunos prestaram uma homenagem ao professor. (VTDI)

Predicado nominal (PN) – É aquele que informa um estado do sujeito. Nesse predicado o verbo é de ligação. O núcleo do predicado nominal é a característica do sujeito contida no predicado.
Exs.:

Aquelas esculturas eram valiosas.
A população permanecia apreensiva.
Este homem parece uma criança.

IMPORTANTE

Predicativo do sujeito é o termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Todo predicado construído com verbo de ligação necessita de predicativo do sujeito.

Exs.:

As crianças continuam felizes. (VL) + (predicativo do sujeito)
As atitudes de alguns homens são imperdoáveis. (VL) + (predicativo do sujeito)

O predicativo também pode aparecer com transitivos e intransitivos.
Exs.:

As crianças saíram satisfeitas. (VI) +(Predicativo do sujeito)
Os bancários terminaram o trabalho aliviados. (VTD) +(OD) + (Predicativo do sujeito)

O predicativo do sujeito pode ser representado por um adjetivo, locução adjetiva, substantivo, palavra substantivada, pronome substantivo ou numeral.

Exs.:

O seu gesto foi delicado. (adjetivo)
A comida está sem sabor. (locução adjetiva)
A lua parece uma bola. (substantivo)
Amar é viver. (palavra substantivada)’
Meu carro não é esse. (pronome substantivo)
Nós somos cinco em casa. (numeral)

Predicado verbo-nominal (PVN) – é aquele que expressa uma dupla informação: ação e estado. Por fornecer duas informações, é constituído por dois núcleos: um verbo e um nome (predicativo).

Exs.:

Os gatos olhavam aflitos. (VI) + (predicativo do sujeito)
O dentista voltou sério. (VI) + (predicativo do sujeito)
Os alunos fizeram a prova tranquilos. (VTD) + (OD) + (predicativo do sujeito)
Os alunos retornaram da excursão felizes. (VTI) + (OI) + (predicativo do sujeito)

IMPORTANTE

Há predicados verbo-nominais em que o predicativo não se refere ao sujeito, mas ao objeto.

• Predicativo do objeto: indica qualidade ou estado do objeto por intermédio de um verbo transitivo:

Ex: Eles julgaram o criminoso culpado.
sujeito v. trans. direto obj. direto predicativo do objeto
Exs.:

Os colegas consideram Daniel inteligente.

O predicativo “inteligente” se refere ao OD Daniel e não ao sujeito “colegas”. = predicativo do objeto.

Os alunos acharam fácil a prova.

O predicativo “fácil” se refere ao OD “a prova” e não ao sujeito “alunos”. = predicativo do objeto.

Eu achava horrível qualquer filme de terror.

O predicativo “horrível” se refere ao OD “qualquer filme de terror” e não ao sujeito
“eu”. = predicativo do objeto.


Exercícios

I. Indique e classifique o predicado e o predicativo, quando houver.

1 - Rômulo está ausente. Predicado nominal /Predicativo do sujeito=ausente
2 - O menino dormia satisfeito. Predicado verbo-nominal/Predicativo do sujeito=satisfeito
3- O diretor não consegue falar alto. Predicado verbo-nominal/Predicativo do sujeito=alto
4- No Domingo, fiquei em casa. Predicado verbal
5 - Nesta terra, não se vive. Predicado verbal
6 - Far-lo-emos prisioneiro. Predicado verbo-nominal/Predicativo do objeto=prisioneiro
7 - Ela parecia espantada. Predicado nominal/Predicativo do sujeito=espantada
8 - Têmo-lo por bom. Predicado verbo-nominal/Predicativo do objeto=por bom
9 - Houve informações satisfatórias. Predicado verbo-nominal/Pred. do objeto=satisfatórias
10 - A dor permanecia a mesma. Predicado nominal/Predicativo do sujeito=a mesma
11 - Ela falava com segurança. Predicado verbo nominal/Predicativo do sujeito=com segurança
12 - A professora elogiou-o satisfeita. Predicado verbo-nominal/Predicativo do sujeito=satisfeita
13 - "Um fraco rei faz fraca a forte gente."Predicado verbo-nominal/Predicativo do objeto=fraca
13 - Não durmo de dia. Predicado verbal
14 - Todos morrerão um dia. Predicado verbal
15 - A caneta apareceu quebrada. Predicado nominal/Predicativo do sujeito=quebrada
16 - O pássaro voou assustado. Predicado verbo-nominal/Predicativo do sujeito=assustado
17 - A dor torna os homens mais sensatos. Predic. verbo-nominal/Pred. do objeto=mais sensatos
18 - Permaneço no escritório aos sábados. Predicado verbal
20 - O valente guerreiro chegou abatido. Predicado verbo-nominal/Pred. do sujeito=abatido

II. Justifique porque o predicado desta oração é nominal: "Os olhos não estavam bem fechados."

a) O seu núcleo é um nome.x
b) O seu núcleo é verbo intransitivo.
c) O seu núcleo é um verbo de ligação.
d) O núcleo nada tem a ver com o tipo do predicado.

III. Indique e classifique o predicativo das frases que seguem:

a) A notícia deixou todos aliviados. Predicativo do objeto
b) Desencanto é a palavra-chave do Brasil de hoje. Predicativo do sujeito
c) A idéia parecia simples e estimulante. Predicativo do sujeito
d) Alguns deputados consideram esta lei ultrapassada. Predicativo do objeto
e) Esta lei é considerada ultrapassada por alguns deputados. Predicativo do sujeito
f) Os cientistas se esforçam por tornar possível o impossível. Os políticos, por fazer o possível, impossível. Predicativo do objeto=possível /Predicativo do objeto=impossível

Por Cristiane Toledo.

Exercícios diversos com gabarito: Ensino Médio

1- Indique e classifique o predicativo das frases que seguem:

a) A notícia deixou todos aliviados.

Aliviados: predicativo do objeto

b) Desencanto é a palavra-chave do Brasil de hoje.

A palavra-chave do Brasil de hoje: predicativo do sujeito.

c) A idéia parecia simples e estimulante.

Simples e estimulante: predicativo do sujeito.

d) Alguns deputados consideram esta lei ultrapassada.

Ultrapassada: predicativo do objeto.

e)Esta lei é considerada ultrapassada por alguns deputados.

Ultrapassada: predicativo do sujeito.

f) Os cientistas se esforçam por tornar possível o impossível. Os políticos, por fazer o possível, impossível.

Possível – da 1ª oração e impossível –da 2ª oração: predicativos do objeto.

2- Indique se o que aparece em destaque é sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do objeto ou agente da passiva.

a) A secretária enviou-lhe o ofício.
Objeto direto
b) Ele não tem o menor conhecimento de mecânica.
Complemento nominal
c) As provas deixaram-na inquieta.
Predicativo do objeto
d) As provas deixaram-na inquieta.
Objeto direto
e) O professor era querido pelos alunos.
Agente da passiva
f) Retiraram a seguir as porcas e arruelas.
Objeto direto
g) As porcas e arruelas foram retiradas pelo mecânico.
Agente da passiva

h) A notícia deixou-o triste.
Predicativo do objeto
i) Sua aplicação aos estudos fora recompesanda.
Complemento nominal
j) Todos acharam inusitado o seu gesto.
Predicativo do objeto
k) Longe, na igreja, bate o sino.
Sujeito

3- Indique, nas orações abaixo, se o que está destacado é complemento nominal ou objeto indireto:

a) Dagoberto olhava por olhar, indiferente a essa tragédia.
Complemento nominal
b) Os retirantes tinham carência de atenção.
Complemento nominal
c) Os senhores de engenho refaziam-se da depreciação.
Objeto indireto
d) Lança migalhas a aves de arribação.
Objeto indireto
e) Os retirantes careciam de atenção.
Objeto indireto

4- Passe as orações seguintes para a voz passiva:

a) Dagoberto beijou a mão do vigário.

A mão do vigário foi beijada por Dagoberto

b) Distribuíram os pães entre os retirantes.

Os pães foram distribuídos entre os retirantes.

c) Alice comprou uma jóia rara.

Uma jóia rara foi comprada por Alice.

5- Identifique se os termos destacados exercem a função de adjunto adnominal ou de complemento nominal.

a) Tinha deixado os caminhos, cheios de espinhos e seixos.
Adjunto adnominal / complemento nominal
b) Fabiano também às vezes sentia falta dela.
Complemento nominal
c) Pelo menos naquele tempo não sonhava ser o explorador feroz em que me transformei.
adjunto adnominal / adjunto adnominal / adjunto adnominal
d) A matrícula estava condicionada à aprovação pelo diretor.
Complemento nominal
e) A requisição de equipamentos não será atendida com presteza.
Complemento nominal
f) A requisição do capataz não será atendida com presteza.
Adjunto adnominal

6- Indique a circunstância expressa pelo adjunto adverbial.

a) O sogro e a sogra apelaram no mesmo tom.
modo
b) Era um homem profundamente amargurado.
intensidade
c) Ao final da corrida, caiu de cansaço.
causa

7- Dê a função sintática dos termos destacados:

a) A descoberta de Sabin salvou muitas vidas.
Adjunto adnominal
b) O povo, Doroteu, é como as moscas.
vocativo
c) A luz das velas é cheia de delicadezas.
Adjunto adnominal / complemento nominal
d) O rapaz, filho do caseiro, gostava de deitar cedo.
aposto
e) Aceitamos a proposta do banqueiro.
Adjunto adnominal / adjunto adnominal.

8- Nas frases seguintes, aponte os apostos e os vocativos:

a) Meu velho amigo, não há mais nada que se possa dizer.
Vocativo: meu velho amigo
b) Você, meu velho amigo, não tem nada para me dizer?
Vocativo: você; aposto (do vocativo você): meu velho amigo
c) Ó meus sonhos, aonde fostes?
Vocativo: ó meus sonhos
d) Uma casa na encosta da montanha, meu maior sonho, evaporou-se com o confisco da poupança.
Aposto: meu maior sonho
e) Não há mais nada a fazer, minha querida.
Vocativo: minha querida
f) Tu, que não sabes o que fazes, diz-me: há lei nesta terra?
Vocativo: tu
g) Um dia, meu bem, não haverá miséria.
Vocativo: meu bem
h) Ele não deseja muita coisa: um emprego, uma casinha, uns trocados para uma viagem de vez em quando.
Aposto: um emprego, uma casinha, uns trocados para uma viagem de vez em quando

Falsa autoria



Clarice Lispector nunca publicou poesia, apenas prosa. Apesar disso, andam circulando por e-mails e sendo publicadas em páginas da internet algumas poesias com autoria atribuída a autora. Cerca de 90% dos e-mails que recebo sobre o site trazem justamente perguntas sobre estes textos. Veja abaixo quem são os autores de MUDE e EU SEI, MAS NÃO DEVIA e veja também o poemeto que "deve ser lido de cima pra baixo e de baixo pra cima".
Se você recebeu algum destes textos por e-mail e quiser repassá-los a seus amigos,
não deixe de desfazer o mal entendido.
________________________________________
1) Neste poema o autor, Edson Marques, utilizou uma frase de Clarice ao final do texto (Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena) e, corretamente, creditou a frase (e apenas a frase) à autora, o que causou o engano que vem sendo insistentemente repetido a cada vez que um e-mail com o texto é reencaminhado.

MUDE
Edson Marques

Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...
outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !

Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena
(Clarice Lispector)
________________________________________
2) Este texto de Marina Colasanti (que foi grande amiga de Clarice) foi publicado em seu livro de mesmo nome (Eu sei, mas não devia - Ed. Rocco - Rio de Janeiro - 1996). Com este livro Marina conquistou um prêmio Jabuti.

EU SEI, MAS NÃO DEVIA
Marina Colasanti


Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(in "Eu sei, mas não devia" - Editora Rocco, Rio de Janeiro, 1996)
________________________________________
3. Poemeto para ser lido "de cima pra baixo e de baixo pra cima" - este poeminha engraçadinho é bastante antigo nas listas de e-mail que rolam pela internet. Inicialmente divulgado sem autoria, ultimamente tem sido atribuído a Clarice Lispector. Caso alguém saiba quem escreveu esta graciosa brincadeirinha, peço a gentileza de entrar em contato comigo para que o nome seja divulgado.

Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Exercícios sobre predicativo do sujeito

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

1. Identifique, nas seguintes frases, o predicativo de sujeito.

Mariano Paulo está nervoso.
(...)
– Sei que a memória da tua mãe é uma coisa preciosa, mas não somos nós que fazemos a vida.
(...)
– Talvez aches que há nisto um pouco de egoísmo. Realmente, não sou perfeito. Mas, para lá do que possas julgar, é neste chão, nesta casa que eu penso.

Carlos de Oliveira - Casa na Duna

2. Identifique o predicativo do sujeito das frases abaixo:

a) Ele está abatido.
b) Ele está triste.
c) Os alunos são inteligentes.
d) O Miguel é inteligente.
e) Paciência e respeito são virtudes ignoradas nos dias de hoje
f) As crianças pareciam envergonhadas aos olhos do viajante.
g) A bandeira é o símbolo da pátria.
h) O portão permanecerá fechado.
i) O rio Branco permanecerá caudaloso.
j) Rômulo está ausente.
l) Ela parecia espantada.


4. Na língua portuguesa há muitas expressões formadas por verbo de ligação _ predicativo do sujeito.
Nas frases seguintes, de acordo com o contexto, substitua o predicativo do sujeito por outro de sentido equivalente:

a) O garotinho do vizinho é da pá virada, dá nó até em rabo de gato.
bagunceiro
b) Gente, a prova de Ciências foi de amargar; não consegui resolver nem metade das questões!
difícil
c) O diretor suspendeu a classe toda. Essa turma é do barulho!
barulhenta.
d) Professor, mais cinco minutos, por favor! Este problema é fogo!
complicado.
e) O que aconteceu com o seu cabelo? Ele está gozado..
engraçado
5. Leia as frases:

Maria Lúcia é baixinha.
Maria Lúcia está baixinha para a idade.

Observe, na 1ª . frase, que o falante, ao se referir a uma característica permanente, definitiva de Maria Lúcia, empregou o verbo de ligação ser (na forma é). Na 2ª . frase, o falante empregou o verbo estar (na forma está), porque deseja se referir a um estado transitório de Maria Lúcia: ela está baixinha, mas pode crescer.

a) Qual das frases abaixo você empregaria se quisesse dizer que seu cachorro come o tempo todo?

• Meu cachorro está faminto.
• Meu cachorro é faminto.x

b) Crie outra frase, com verbo de ligação, para dar a entender que você sempre está alegre.
R. Estou alegre com o resultado da prova.

6. Explique que diferença de sentido há entre estas duas frases:

• Você é mal-educado. Sempre é mal-educado
• Você está sendo mal-educado. Num dado momento ele foi ma-educado.

7. Às vezes o verbo de ligação apresenta um sentido de permanência, de que as coisas são e serão sempre de certo modo. Qual das frases a seguir corresponde a essa situação?
Por quê?

a) Você ficou resfriado?

b) O homem é um animal mamífero.X

c) Você é cunhado da professora?

8. Suponha que, numa viagem, durante uma excursão da classe, sua camiseta amarela tenha se misturado às de seus colegas. Qual das frases abaixo seria mais adequada para identificá-la entre as outras camisetas?

a) A camiseta amarela é minha.
b) Minha camiseta é amarela.X

Exercícios de conotação e denotação

29/05/2009 Estilística


Conotação e denotação


Denotação - uso geral, comum, literal, finalidade prática, utilitária, objetiva, usual.

Ex.: A corrente estava pendurada na porta.
corrente- cadeira de metal, grilhão (dicionário /Aurélio)


Conotação - uso expressivo, figurado, diferente daquele empregado no dia-a-dia, depende do contexto.
Ex.:" A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir." ( Chico Buarque)
corrente- opinião da maioria

EXERCÍCIOS

Complete com os recursos estilísticos correspondentes (conotação e denotação) nas frases a seguir:

(___________) Meu pai é meu espelho
(___________) Quebrei o espelho do banheiro
(___________) Essa menina tem um coração de ouro.
(___________) A Praça da Sé fica no coração de São Paulo.
(___________) Fez um transplante de coração.
(___________) Você é mesmo mau: tem um coração de pedra.
(___________) Para vencer a guerra era preciso alcançar o coração do país.
(___________) Completou vinte primaveras.
(___________) Na primavera os campos florescem.
(___________) O leão procurou o gerente da Metro.
(___________) O metro é uma unidade de comprimento.
(___________) Estava tudo em pé de guerra.
(___________) Ela estava com os pés inchados.
(___________) É órfão de afeto.
(___________) Muito cedo ele ficou órfão de pai.
(___________) Caíram da escada.
(___________) O leão caiu num sono profundo.
(___________) Feriu-se na boca.
(___________) Vem o Flamengo apontando a boca do túnel.
(___________) O alpinista conseguiu escalar a montanha.
(___________) Ela disse uma montanha de absurdos.
(___________) Este cavalo venceu a corrida.
(___________) Você foi um cavalo durante a partida.
(___________) Nosso goleiro engoliu um frango naquele jogo.
(___________) Correu muito, mas não apanhou o frango carijó.
(___________) A tempestade já conspirava no ar.
(___________) Os cascos do animal tiravam fogo dos seixos do caminho.
(___________) O pescador vinha chegando.
(___________) O chão era uma confusão desolada de galhos.
(___________) A casa estava no meio de um vale que o sol beijava.
(___________) A varanda corria ao longo da face norte da casa.
(___________) Havia outros cães.

Por Cristiane Toledo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Assassinando a Língua Portuguesa



Pérolas do ENEM 2007, parece mentira, mas aconteceu.

Tudo sobre o novo acordo ortográfico

Novo acordo ortográfico

Falar sobre o novo acordo ortográfico implica saber que em termos históricos já se fizeram várias tentativas de unificação da ortografia da língua portuguesa, sendo que a primeira data de 1911, que culminou em Portugal na primeira grande reforma. Depois existiram várias tentativas, sendo a mais importante a de 1990 que é a que está por trás de todo o celeuma levantado actualmente sobre esta questão.

Quando vai entrar em vigor este acordo?

Seguindo o disposto numa reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Julho de 2004 em São Tomé e Príncipe, ficou decidido que para o novo acordo entrar em vigor, bastaria que três países o ratificassem. O Brasil em Outubro de 2004, Cabo Verde em Abril de 2005 e São Tomé em Novembro de 2006 ratificaram o acordo, estando assim cumprido o disposto nessa reunião da CPLP. Em Portugal, este acordo foi ratificado pelo Governo a 6 de Março de 2008, faltando a aprovação no Parlamento ou pelo Presidente da República. Caso seja aprovado, entrará imediatamente em vigor, no entanto está permitida uma fase de adaptação de 6 anos onde são permitidas as duas grafias.

O que muda, afinal?

O alfabeto português passará de 23 para 26 letras, com a inclusão em definitivo do k (capa ou ), do w (dáblio, dâblio ou duplo vê), y (ípsilon ou i grego).

O uso de maiúsculas e minúsculas obedece a novas regras:

  1. os meses do ano e os pontos cardeais deverão ser escritos em minúsculas (janeiro, fevereiro e norte, sul, etc.).
  2. poder-se-á usar maiúsculas ou minúsculas em títulos de livros, no entanto a primeira palavra será sempre maiúscula (Insustentável Leveza do Ser ou Insustentável leveza do ser)
  3. também é permitida dupla grafia em expressões de tratamento (Exmo. Sr. ou exmo. sr.) em sítios públicos e edifícios (Praça da República ou praça da república) e em nomes de disciplinas ou campos do saber (História ou história, Português ou português)

A supressão de consoantes mudas tal como o nome indica, vai levar ao desaparecimento de consoantes, em que o critério para tal é a sua pronúncia.

  1. cc - ex.: transacionado, lecionar. Mantém-se em friccionar, perfeccionismo, por se articular a consoante.
  2. - ação, ereção, reação. Mantém-se em fricção, sucção.
  3. ct - ato, atual, teto, projeto. Mantém-se em facto, bactéria, octogonal.
  4. pc - percecionar, anticoncecional. Mantém-se em núpcias, opcional.
  5. - adoção, conceção. Mantém-se em corrupção, opção.
  6. pt - Egito, batismo. Mantém-se em inapto, eucalipto.

Passam a ser suprimidos alguns acentos gráfico em palavras graves: crêem, vêem, lêem passam a creem, veem e leem; pára, pêra, pêlo, pólo passam a para, pera, pelo e polo. As palavras acentuadas no ditongo oi e ei passam a ser escritas sem acento: estoico, paleozoico, asteroide e boleia, plateia, ideia. Existe também a supressão completa do trema(¨): aguentar (e não agüentar), frequente (e não freqüente), linguiça (e não lingüiça). Supressão do acento circunflexo em abençoo, voo, enjoo.

O uso do hífen vai ser suprimido em:

  1. palavras compostas em que o prefixo termina em vogal e o sufixo começa em r ou s, dobrando essa consoante: cosseno, ultrassons, ultrarrápido.
  2. o prefixo termina em vogal diferente da incial do sufixo: extraescolar, autoestrada, intraósseo.
  3. formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver: hei de, hás de.

O hífen emprega-se em:

  1. palavras compostas onde a última vogal do prefixo coincide com a inicial do sufixo, excepto o prefixo co- que se algutina ao sufixo iniciado por o: contra-almirante, micro-organismo, coobrigação.
  2. palavras que designam espécies da Biologia ou Zoologia: águia-real, couve-flor, cobra-capelo.

Pode existir dupla grafia em algumas palavras?

Sim. Isso está previsto no novo acordo por existirem diferenças na pronúncia de país para país assim temos:

característica caraterística
intersecção interseção
infeccioso infecioso
facto fato
olfacto olfato
conceção concepção
súbdito súdito
amnistia anistia
amígdala amídala
súbtil sútil
académico acadêmico
ingénuo ingênuo
sénior sênior
cómico cômico
vómito vômito
fémur fêmur
abdómen abdômen
bónus bônus
bebé bebê
puré purê
judo judô
metro metrô
andámos andamos

Argumentos a favor

- aproximação da oralidade à escrita

- actualmente a Língua Portuguesa é a única que tem duas grafias oficiais

- simplicidade de ensino e aprendizagem

- unificação de todos os países de língua oficial portuguesa

- fortalecimento da cooperação educacional dos países da CPLP

- evolução da língua portuguesa

- pequena quantidade de vocábulos alterados (1,6% em Portugal e 0,45% no Brasil)

- o português é o 5º idioma mais falado no mundo e o 3º no mundo Ocidental. A unificação das grafias permite aumentar, ou pelo menos manter a força da Língua Portuguesa no panorama mundial

Argumentos contra

- evolução não natural da língua

- tentar resolver um “não-problema”, uma vez que as variantes escritas da língua são perfeitamente compreensíveis por todos os leitores de todos os países da CPLP

- desrespeito pela etimologia das palavras

- a não correspondência da escrita à oralidade. Por exemplo, existem consoantes cuja função é abrir vogais, mas que o novo acordo considera mudas nomeadamente em tecto, passando a escrever-se teto, dever-se-ia ler como teto (de seio)?

- processo dispendioso (revisão e nova publicação de todas as obras escritas, os materiais didáticos e dicionários tornar-se-ão obsoletos, reaprendizagem por parte de um grande número de pessoas, inclusivé crianças que estão agora a dar os primeiros passos na escrita)

- o facto de não haver acordo, facilita o dinamismo da língua, permitindo cada país divergir e evoluir naturalmente, pelas próprias pressões evolutivas dos diferentes contextos geo-sócio-culturais como no caso do Inglês ou do Castelhano

- afecto com a grafia actual

- falta de consulta de linguistas e estudo do impacto das alterações

Em termos legais e jurídicos também parece haver falta de consenso:

"Vasco Graça Moura, escritor e tradutor premiado e deputado no Parlamento Europeu (e ex-advogado), o mais conhecido dos detractores portugueses do Acordo, defende que o Segundo Protocolo Modificativo, como qualquer outra convenção internacional, só obriga à sua aplicação em cada país se for ratificado por todos os países signatários, o que ainda não aconteceu. Ou seja, só depois de todos os países ratificarem este Protocolo é que estes ficam obrigados a implementar o Acordo internamente caso este seja ratificado por três países. A racionalidade jurídica dum tratado que obriga um país a aprovar outro tratado caso este seja aprovado por países terceiros é disputada. No entanto, o argumento da ilegalidade da ratificação do Protocolo modificativo de 2004 é contestado pelo jurista Vital Moreira[8]."

in Acordo Ortográfico de 1990 - Wikipédia, a enciclopédia livre

Por tudo o que foi dito, parece-me que ainda vai correr muita tinta, e muita discussão sobre este acordo. Como diz o ceguinho: “A ver vamos!”

Fontes:

O Gerundismo


O uso do " gerundismo" tornou-se muito frequente entre as pessoas, principalmente aquelas que trabalham com telemarkting. O gerúndio é uma forma nominal do verbo terminado em "ndo", em muitos casos ele é corretamente utilizado em outros não. O exemplo ao lado mostra o uso incorreto do gerúndio porque não se sabe o momento exato da conclusão da charge. Tornando-se algo impreciso. Clique aqui para ler o artigo completo.

Vícios de linguagem

O vício que dói no ouvido

É preciso cuidado para não repetir termos a todo momento nem tomar, por preciosismo, qualquer expressão como viciosa.

Leonardo Fuhrmann

A repetição crônica de palavras ou expressões mudou de status. Parte dos cientistas da linguagem deixou de usar o termo "vício" para condenar o uso exaustivo dos cacoetes, que parecem empestar de ruído a comunicação cotidiana, principalmente a oral. Em seu lugar, apontam para uma mudança de atitude do falante.

Vício é comportamento. Afinal, o uso repetitivo dessas muletas da fala cotidiana, clichês usados independentemente do contexto em que são pronunciados, tende a incomodar o ouvinte e a desvalorizar o conteúdo do que está sendo dito. Mas, como numa dependência de cigarros, não são fáceis de largar.

A gramática normativa tradicional usa a classificação de vício para agrupar diversos fenômenos diferentes, considerados desvios em relação ao padrão culto da língua, como por exemplo:

- Arcaísmo - uso de termos antiquados ("Encontre, por obséquio, minhas chaves");

- Ambiguidade - quando o sentido não fica claro, com enunciado com mais de um sentido ("O pai o filho adora" = quem adora quem?);

- Barbarismos - erros no uso das palavras: de pronúncia, grafia, morfologia, semântica e de estrangeirismos ("framengo", "sombrancelha", sale em vez de "à venda").

- Cacófato - sequência de palavras que provoca o som de uma expressão ridícula ou obscena ("Por razões de Estado");

- Colisão e hiato - proximidade ou repetição, respectivamente, de consoantes e vogais iguais em uma sequência ("O salário da secretária sempre será pago na sexta-feira").

- Eco - repetição da mesma terminação em prosa ("O acesso dado ao processo do réu confesso foi um retrocesso jurídico");

- Preciosismo - linguagem pretensamente culta;

- Plebeísmo - uso de gírias ou termos que demonstram falta de instrução ("tipo assim", "a nível de");

- Tautologia - repetição desnecessária de ideia ("Iphan restaura velho casarão"; "Governo cria novos empregos") ou termo já pronunciado (subir para cima, surpresa inesperada, acabamento final);

- Solecismo - desvios na construção sintática, de concordância, regência e colocação ("Viajar anexo", no sentido de viajar "ao lado de alguém"; "Fazem dias que viajei" contém erro de concordância);

Classificações como essa começam a ser, cada vez mais e por mais especialistas, consideradas insatisfatórias. Professor da Faculdade de Educação da USP, especializado nas relações entre linguagem e inconsciente, Claudemir Belintane é contrário à condenação sumária de usos apontados como vícios de linguagem, pois acredita que a própria classificação é ela mesma viciosa, por ser arcaica e tratar-se de preciosismo, características tradicionalmente classificáveis como muletas da comunicação oral. Essas tipificações condenam as expressões isoladas, independentemente do contexto. Mas um pleonasmo, bem usado, dá força a um enunciado e não se torna mera tautologia, como em Augusto dos Anjos: "As minhas roupas, quero até rompê-las".

Gagueira

Belintane diz que é preciso encontrar as causas e relações mais profundas no emprego de certas gírias crônicas, e não condenar de antemão o uso das expressões em si.

- No caso dos adolescentes, se o falante não expande sua fala e se prende à gíria, o problema é estudar o porquê dessa não expansão e não apenas pôr a culpa na expressão em si. A expressão é o que aparece ali. Por detrás dela estão outros motivos de natureza sociopsíquica - explica.

Além de termos típicos dos adolescentes, o específico morador de grandes centros urbanos, Belintane aponta o uso de termos populares (como o "entende?", "veja bem!" e "como eu estava falando"), que, na fala pública, acabam por incomodar quando usados de forma muito repetitiva.

- Aí estamos diante é de uma "gagueira" que a repetição excessiva pode causar e, com isso, truncar ou simplificar a expressão - afirma.

A recomendação de Belintane a quem deseja evitar o chamado vício de linguagem passaria pela atenção redobrada à própria fala, aquele tomar cuidado de não transformar as expressões que usamos em clichês. Não seria necessariamente, "tipo assim", "meio que" uma liberação para o uso de expressões até pouco tempo condenadas como algo que não deveria ser dito em situação alguma (como, em tese, faz a gramática normativa tradicional). A ideia é: preste atenção aos termos que você usa no dia a dia, para não usá-los de maneira repetitiva e a destoar do contexto em que são empregadas.

O rei Pelé conhecido pelo uso vicioso de "entende" em suas frases: fenômeno universal

Sem controle

Como ocorre com dependentes químicos, o esforço deliberado e racional para livrar-se de um vício de linguagem nem sempre se revela suficiente de imediato. Para o filólogo Valter Kehdi, professor aposentado da USP, expressões são petrificadas na linguagem de pessoas que as usam a esmo, inconscientemente, mas a recorrência crônica a clichês seria provocada pela dificuldade de o falante construir conexões, de estabelecer a passagem entre um raciocínio e outro, uma sentença e outra, o que se pensa e é efetivamente dito.

- Há pessoas que usam, por exemplo, o adjetivo "formidável" em excesso. Qualquer coisa para elas é formidável - afirma.

Para o professor Kehdi, quem quer evitar vícios de linguagem deve observar não só o emprego insistente e enfadonho dos termos que utiliza como atentar para a própria falta de imaginação nas construções e no uso do vocabulário.

Mestre em linguística pela USP e coautor do material didático de português do sistema Anglo de ensino, Eduardo Antonio Lopes afirma que o uso mecânico de termos inadequados ou fora de contexto não é mazela exclusiva de quem não teve boa formação cultural e linguística.

- Se um advogado bem formado usar a expressão "data vênia" em uma conversa fora dos tribunais, vai soar pedante e inadequado. A impressão do ouvinte é que ele não tem domínio sobre os recursos de linguagem, mesmo que banque o erudito. É uma falta de controle no uso da linguagem - exemplifica.

Lopes insiste em que a falha contida no chamado vício de linguagem está em quem usa um termo sem qualquer reflexão, automaticamente. O uso abusivo e estereotipado de uma expressão reforçaria aspectos negativos da forma de falar de uma pessoa. É o caso do já clássico "entende?", marca do fim das frases pronunciadas pelo ex-jogador Pelé.

- É como alguém usar a expressão "câmbio", comum nas conversas de rádio, em diálogos fora deste meio - compara.

A dica de Lopes é que a linguagem seja usada com os objetivos de fazer-se entender e de transmitir aos outros a imagem que você quer que eles tenham de você.

Fala e escrita

Kehdi, por sua vez, explica que o uso vicioso de certos termos, como "a nível de", é mais comum na linguagem falada porque esse tipo de discurso tende a ser mais improvisado do que o escrito, em que o usuário da língua se preocupa com a forma e pode se dar ao cuidado de reler o texto em busca de falhas, substituindo termos mal usados ou repetidos desnecessariamente.

Além disso, a mensagem em um escrito só é transmitida pelas palavras, o que exige precisão de uso. Há textos do Fernando Pessoa e do Machado de Assis, diz Kehdi, em que as palavras são suficientes para deixar clara a ironia. Já no discurso falado as expressões faciais e corporais e a entonação também servem para reforçar o tom irônico de uma fala.

Segundo o professor, a discrepância entre fala e escrita seria a razão pela qual não há regra objetiva de combate ao uso de clichês e vícios. O que é racionalmente controlável, ao papel, não o é tanto, ao pé do ouvido. A solução é prestar atenção à própria maneira de falar, com espírito atento à redundância crônica, e fazer autopoliciamento para evitar o uso excessivo de certas expressões.

Um exercício de autocontrole verbal pode ser o de habituar-se a caracterizar expressões de uso crônico, substantivando-as. Eduardo Lopes cita o exemplo do "tipo assim", comum entre jovens menos articulados, já usado de forma deliberada por quem deseja comunicar-se com a "tribo" adolescente.

- O uso da expressão carrega todo o prestígio ou desprestígio do grupo que o fala. Mas isso não impede que um interlocutor passe a usar esse termo no meio de uma palestra com adolescentes como uma forma de se mostrar mais próximo deles. Essa é a diferença de se ter um objetivo ao escolher as palavras - diz.

O uso calculado de um termo, em situações do gênero, poria a mente em alerta para expressões viciadas. Mas, segundo Belintane, esse "uso inteligente" do vício também está relacionado à capacidade de calibrar a linguagem à situação comunicativa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria, para o professor, exemplo notável de que é possível manter e até ressaltar o talento discursivo mesmo com uso repetitivo de termos considerados viciosos.

- O discurso adequado é o discurso eficiente, que faz laço social, e o dele, com certeza, faz. O discurso ruim é aquela falação narcísica que se preocupa mais em polir a expressão do que transmitir uma mensagem com clareza. Um bom falante é aquele que se preocupa com a sua expressão, com os efeitos estéticos que consegue imprimir à fala e à escrita, mas sem ceder ao preciosismo ou ao arcaísmo das normas - diz.

Belintane considera que é sempre interessante ouvir quem circula bem por diferentes normas da língua.

- Um conferencista que, no meio de suas reflexões, faz questão de buscar na memória toda a potência de sua regionalidade, não só da cultura, mas das próprias variações que a língua experimenta em sua cidade natal; a companhia de pessoas assim é bem recomendável e pouco viciosa - observa o professor da USP.

Na compreensão do que seja um vício, os especialistas apressam-se em distinguir o fenômeno de outros que pareçam seus semelhantes. Eduardo Lopes, por exemplo, defende que a intenção pode ser um fator importante até para quem usa clichês ou bordões.

- O apresentador Chacrinha, um dos maiores comunicadores do país, criou bordões que estão até hoje na memória das pessoas. O colunista Zé Simão, da Folha de S. Paulo e da BandNews FM, usa diversas expressões, que viraram suas marcas. Assim também personagens de TV ficam marcados na memória das pessoas por conta de bordões - avalia.

Já o filólogo Valter Kehdi lembra das marcações repetitivas próprias ao meio em que uma comunicação é realizada. Cita conversas por telefone recheadas de expressões que acabam tendo uma função apenas no contexto específico do meio em que ocorrem. Muitas vezes, diz Kehdi, o interlocutor reage do outro lado da linha dizendo "sim" ou "sei" diversas vezes. Para o filólogo, esse interlocutor não está mostrando que concorda ou já conhece o assunto tratado, mas sinaliza que permanece em linha, ouvindo o que está sendo dito. A mesma reação, se usada de maneira tão repetitiva em uma conversa ao vivo, se tornaria estranha ou inadequada. A função do uso desses termos tem relação direta com o meio escolhido para a conversa.

Kehdi chama a atenção para as expressões que aparentemente não têm qualquer significado numa sentença e que na verdade podem servir para destacar parte do discurso ou reforçar um significado, em especial na linguagem falada. Aquilo que, no começo do século passado, o filólogo Manuel Said Ali Ida chamava de "expressões de situação".

- Em alguns casos, há uma elipse psicológica no discurso. Assim, na fala, o "mas" pode significar "mas como você soube disso?" ou o "agora" substitui o "a partir de agora" ou o "como vão ficar as coisas agora" e o "então" para dizer "então, como foi de viagem?".

Hipercorreção

Segundo ele, expressões como essas não podem ser consideradas erros nem vícios, pois têm uma função conativa (dá uma orientação ao destinatário). Para Kehdi, nenhuma função da linguagem existe separadamente ou em estado puro. É importante perceber que não só expressões de situação se tornam clichês.

Há as implicações éticas de um vício. Preocupadas em evitar o uso excessivo e desnecessário do gerúndio, conhecida como endorreia, muitos passam a evitar o uso dessa forma nominal do verbo mesmo quando é a mais adequada para apresentar uma ideia. Segundo Eduardo Lopes, mesmo quando sabem que a construção está correta, muitos interlocutores a evitam para não dar ao ouvinte a impressão de que houve má aplicação.

Lopes cita um exemplo da própria entrevista para mostrar o problema.

- Pedi a você que me ligasse após as 18 horas porque, das 16 horas às 17h30, eu estaria participando de uma reunião. Para dizer "estarei participando", o falante acaba deixando bem clara a ideia de gerúndio e, assim, mostra que a forma verbal não foi usada de forma inadequada na conversa. Acabei deixando claro o tempo da reunião para comprovar a necessidade do gerúndio - explica.

O gerúndio é usado para uma ação que percorre determinado espaço de tempo. Para Lopes, as críticas comuns a expressões inadequadas como "vamos estar enviando" acabam provocando temor, o que leva a uma hipercorreção - corrigir o que se considera erro mesmo quando não há erro. Tal atitude é ela mesma viciosa. Eduardo Lopes afirma que muitas formas consagradas passaram a ser discutidas também por causa dessa preocupação.

- Começou uma discussão se o correto é "risco de vida", como sempre se falou, ou "risco de morte". Mas você também diz que a "febre subiu" quando na verdade foi a temperatura que subiu e responde "tudo" quando alguém lhe pergunta se está "tudo bem" - explica Lopes.

Enrijecer um comportamento, mesmo o que se pretende corretivo, pode ser um erro de português tão grave quanto o próprio vício que se quis corrigir.

Revista da Língua Portuguesa.

http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11749