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sábado, 24 de julho de 2010

Resenha: "O Gigolô das palavras"

"O gigolô das palavras" é uma narrativa acerca de uma experiência vivida por seu autor, Luís Fernando Veríssimo. Indagado por alguns grupos de estudantes, o escritor precisou expor sua opinião a respeito da indispensabilidade ou não da gramática no aprendizado ou no uso de qualquer língua.
Após desfazer a idéia de que estava caindo em uma armadilha para ser desmascarado, Veríssimo começa a elaboração de sua resposta afirmando que a linguagem é, e deve ser tratada como, um meio de comunicação. Segundo ele, a gramática é "apenas" o esqueleto da língua, ou seja, embora importante, só predomina em línguas mortas, servindo, isoladamente, para estudo e não para fornecer informações.
A gramática (e isso o autor afirma com responsabilidade), de fato, não é o principal elemento para a existência da comunicação. Prova disto é a própria população brasileira, que tem grande porcentagem de indivíduos analfabetos e nem por isso anti-sociais ou incapazes de se expressar.
Por outro lado, ousando discordar da opinião de tão respeitado autor, é inconcebível a um jornalista, escritor ou qualquer outro estudioso da língua, que vive da comunicação oral ou escrita, desmerecer a gramática. Saber usar as palavras, nesses casos, além de virtude é uma necessidade. É fato que há uma linguagem específica para cada tipo de "interlocutor-alvo", mas, até nas mais simples maneiras de se falar, em se tratando desses "dependentes da comunicação", a gramática deve ser respeitada e obedecida, não só para que um caráter formal e verídico seja dado ao que é dito, mas também para manter viva aquela que é a maior expressão cultural de um povo: a sua linguagem.

O gigolô das palavras

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da revisão !"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

Luis Fernando Veríssimo

Crônica de Luiz Fernando Veríssimo

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente.
Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.
Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele,
vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.
Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
... e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade,
a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples...
é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.
Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 20 de julho de 2010

A gramática entrou pelo cano!!

Já enfrentou um alagamento gramatical? Na sua posição já teve problemas com preposição? Então leia o texto abaixo:

- Pai! Dá para o senhor pagar uma professora particular para mim?

O pai, que acabara de chegar e nem tinha ainda respirado o oxigênio do lar, olhou para a esposa sem entender e em seguida dirigiu a palavra ao filho:

- Meu querido filho, você já está na escola pública, porque não temos dinheiro para pagar uma escola particular. Como vou tirar dinheiro do salário pra pagar uma professora particular?

Os olhos do menino lacrimejaram ao ouvir as considerações do pai e as lágrimas atingiram como uma bola de canhão o coração do velho, que prometeu até arrumar uma solução:

- Qual é o problema, filho?

- Preposição!

O pai torceu o nariz, pois aquele assunto pertencia à gramática e essa era também, para ele, uma questão não resolvida desde a época de estudante. O homem quase não dormiu a noite, estudava uma maneira prática de ensinar o conceito e a função dessa classe gramatical.

O sol raiou com o sorriso do menino nos lábios, também pudera, são poucos os pais que se prontificam a estudar com os filhos. Aguardava ansiosamente o momento. O pai abriu o livro na página 45 e leu o enunciado:

- "Preposição é a palavra invariável que liga dois termos"! - Pensou um pouco depois continuou - Eu não entendo muito bem da Língua Portuguesa, mas vamos tentar entender brincando com alguns canos no quintal!

Os olhos do menino brilharam naquele momento. O pai saiu e retornou logo em seguida com alguns tubos velhos de PVC e algumas conexões, em seguida foi até a mangueira de água, sob o olhar de admiração do filho, conectou um tubo no outro diante do olhar de incredulidade da mãe, que por mais que se esforçasse, não conseguia ver a ligação entre a gramática e o alagamento do quintal. Logo que a água começou a tomar conta do quintal, o pai já ouviu a primeira crítica sobre a sua estratégica pedagógica:

- Só faltava essa! Tamanho marmanjo brincando com água!!

Rindo e já molhado argumentou sem muita segurança:

- Não é brincadeira é uma aula sobre Preposição!!

O homem mostrava ao filho que o líquido transitava normalmente até o ponto da emenda, a partir dali era um esborrifar incessante de água para todos os lados. Olhou para o menino, que a esta altura já estava todo molhado e num sorriso só, e pai perguntou-lhe:

- Sabe por que a água está vazando na emenda?

- Não! E não estou vendo nada de Preposição!

- O vazamento é ocasionado pela falta da conexão perfeita entre os dois canos! Vou colar um conectivo entre os canos e depois da secagem da cola faremos um teste!

O pai lixou cuidadosamente a parte interna do conectivo lixou também as duas pontas externas dos canos a serem coladas. Colocou colas no conectivo e nas pontas dos canos e juntou-os. Não esqueceu de aproveitar e ensinar o trabalho de um Encanador.

- A gente lixa bem essas partes para proporcionar uma melhor colagem, é a mesma coisa que se faz com as palavras. Não com a lixa, mas escolher bem ela para obter a melhor ligação! Uma conexão perfeita entre os termos. É isso que se faz com as preposições!!

Sob os olhos abertos do filho, o pai fez a colagem. Esperou alguns minutos e ligou a torneira novamente, O líquido percorreu toda a extensão da mangueira sem que houvesse um vazamento sequer no local da emenda. O filho olhou a cena e com um semblante de interrogação falou:

- E como eu aplico essa teoria dos canos na gramática?

- Simples! Pegaremos duas palavras, por exemplo, o verbo "gostar" e o substantivo "doce" e com estas palavra formaremos a frase "Gosto doce"! Está vendo filho! Estas palavras não se encaixa perfeitamente, tal como no início da nossa experiência com os canos! Teremos então de observar o sentido que queremos dar a frase e localizar uma preposição que se encaixe perfeitamente entre as duas palavras e dê o sentido desejado.

Em seguida pegou um papel e escreveu três frases:

- Observe estas frases:

a) Gosto com doce!

b) Gosto para doce!

c) Gosto de doce!

Continuou:

- Olhe bem e procure o sentido destas frases. Verifique qual delas possui uma ligação perfeita, como as dos canos em nossa experiência!

- As três estão certas pai!

- Não filho, preste atenção no sentido! A letra "a" depende de uma informação anterior, o mesmo o corre com a letra "b"! A que restou é a letra "c" pois depende de si própria, já que a conexão entre os termos pela preposição "de" é perfeita!... Este é o fundamento da preposição, é a de ligar os termos entre si conforme o sentido desejado!

O pai olhou para o filho e aguardou. O garoto ainda com a testa franzida não disse nada. Esperou mais um pouco e perguntou:

- E então filho?

- Lindo pai! Gostei muito da aula de encanamentos e de preposição!!

- Foi o máximo que eu pude fazer!!

- Posso pedir mais uma coisinha para o senhor, pai?

- Sim filho!

- Na semana que vem, vou ter aula de advérbios! Não jogue fora os canos que a gente pode precisar!!
( Ademar Oliveira de Lima)

Exercitar a leitura é alimentar o intelecto!!!


http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=114411

UMA CRÔNICA GRAMATICAL

Levantei-me mal-humorado e uma crase sonolenta (teimosa, humilhante e inconveniente como sempre) arrastou-me à toalete matinal. Encarei o espelho, vi-me como um objeto direto reflexivo e não gostei do meu rosto, aquele objeto indireto amassado e intumescido pela ressaca. Lá no quarto, numa cama quentinha, dormia intransitivamente minha mulher ( sem dúvida o mais belo e perfeito substantivo ): o corpo bonito e macio, os cabelos negros e perfumados, o sono tranquilo e justo, enfim, com todos esses adjuntos adnominais que, inexplicavelmente, os maridos (jumentos insensíveis) ignoram.
Naquele momento, frente ao espelho, eu me odiava porque, na noite anterior, perdera como o mais-que-perfeito dos idiotas tudo o que havia ganhado no mês. Enquanto escovava os dentes, eu escolhia (para mim mesmo) alguns adjetivos – imbecil, dissipador, pródigo, párvulo, inconsequente -, como também alguns substantivos epicenos – anta, jegue, socó, ameba -, mas tudo aquilo não passava de um demonstrativo neutro, pois meus remorsos pediam um castigo maior, uma autoflagelação islâmica.
Meu caráter deficiente, defectivo não conseguia reaver minha autoestima. E o pior, eu não tivera coragem de contar tudo à minha mulher – a mulher é o nosso complemento nominal¸ mas eu tivera medo da verdade, da realidade!
Comecei, então, a repassar o que ocorrera na noite anterior.
Bem, à noite – essa locução feminina tão romântica, mas tão traiçoeira – o Osmar, um velho amigo, convidou-me para uma cervejinha. No bar, ele apresentou-me uma linda mulher, com predicativos fantásticos: era bonita, inteligente e sensual. Fomos para um boliche, embora ( sem concessões ) eu odeie boliche e apostas. A mulher, contudo, era irresistível, tinha o poder da sedução, do amor, do amar – esse verbo transitivo direto. Era isso que ela era: sem rodeios, sem preposições – objetiva e direta!
Eu disse que não gostava de boliche e apostas. Ela fez beicinho, arrebitou o narizinho...e convenceu-me. E toda vez que me negava a apostar, havia a interferência do impessoal Osmar: ele era assim, não concordava com ninguém. E como haveria de concordar se seu próprio nome era um erro de concordância? Por que Osmar, e não Os Mares?
Via-se, como um sujeito passivo que eu sempre fui, que a mulher dominara-me completamente. A cada aposta, meu suado dinheiro era transferido para a sua bolsa.
Agora, às 7 da manhã, aqui neste banheiro, estou acuado: chove lá fora, mas meus credores são inflexíveis como os verbos impessoais e me esperam. Sem dinheiro e cheio de credores, eu estou indeciso, sem poder determinar o que farei. Dizem por aí que sou um sujeito indeterminado, indeciso.
Como disse no início desta narrativa, sou um ser deficiente, defectivo: nunca me precavi. Perdi tudo, tudo mesmo! Fui a bancarota, fui a falência – perdi até as crases... 


http://www.meionorte.com/pauloroberto,uma-cronica-gramatical,101661.html

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender


1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.

2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo

sábado, 17 de abril de 2010

SEXA

- Pai...
- Hmmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino...
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "sexo" é masculina. O sexo masculino, o sexo feminino.
- Não devia ser "a sexa"?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe, porque não. "Sexo" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer... Olha aqui: tem sexo masculino e o sexo feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculino seria "o pal..."
- Chega! Vai brincar, vai...
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
- Temos que ficar de olho nesse guri...
- Por quê?
- Ele só pensa em gramática..



Luís Fernando Veríssimo.