Pesquisar no Blog ou Web

sábado, 3 de outubro de 2009

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS


São classificadas - de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que as introduz - em causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.

1. Causais

Indicam a causa da ação expressa pelo verbo da oração principal.

Principais conjunções causais: porque, pois que, uma vez que, visto que, visto como, já que, porquanto, como etc.

"Margarida começou a chorar PORQUE DIRCEU LHE PISARA O PÉ." (A. Dourado)

"COMO A CONHEÇO BEM, não fiz nada." (A. Prado)

"Fazia tudo que lhe viesse à cabeça, JÁ QUE IA MORRER." (D. Trevisan)

2. Comparativas

Estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo principal.

Principais conjunções comparativas: que/do que (precedidos de tão, tanto, mais, menos, melhor, pior, maior, menor, na oração principal), como, assim como, assim etc.

"Eis que a morte chega para o homem COMO CHEGARA PARA O PINTASSILGO." (D. Trevisan)

"Não quero que meus alunos decorem QUE NEM PAPAGAIO." (S. B. Holanda)

"Nadei COMO UM CÃO." (P. M. Campos)

Observação: Freqüentemente omite-se o verbo da oração subordinada adverbial comparativa.

3. Concessivas

Indicam uma concessão à idéia expressa pelo verbo da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou um fato inesperado.

Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, posto que, a menos que, se bem que, conquanto, mesmo que, nem que, apesar de que, (por mais) que, (por muito), que etc.

"Os camponeses arruinados formavam o maior contingente de imigração, EMBORA HOUVESSE TAMBÉM OPERÁRIOS E ARTESÃOS..." (Leitura)
"POR MAIS QUE EU CANTASSE, ela continuava triste e calada."
"AINDA QUE COMPROVEM, não acredito no que dizem."

4. Condicionais

Indicam a situação necessária à ocorrência ou não da ação do verbo da oração principal.

Principais conjunções condicionais: se, caso, exceto, salvo, desde que, contanto que, sem que, a menos que, a não ser que etc.

"A visita seria carnavalesca, SE NÃO FOSSE MACABRA." (Senhor)

"Não entrem SEM QUE APRESENTEM A CARTEIRA DE IDENTIDADE."

"CASO VOCÊ QUEIRA IR AO CINEMA, telefone-me."

Observação: A locução conjuntiva como se sintetiza as idéias de comparação e hipótese. Alguns autores desdobram a locução desta forma:

"Sorria COMO SE estivesse feliz" (Sorria como sorriria se estivesse feliz)

Esse desdobramento é artificial; parece-nos preferível considerar a locução como comparativa.

5. Conformativas

Indicam uma conformidade, um acordo entre o fato que expressam e a ação do verbo da oração principal.

Principais conjunções conformativas: conforme, como, consoante, segundo.

"De defunto não tinha medo, só de gente viva, CONFORME DIZIA." (A. Prado)

"COMO DISSEMOS, a eleição de Bernardes foi em março e a sua posse em novembro de 1922." (P. Nava)

6. Consecutivas

Indicam a conseqüência resultante do fato expresso pelo verna da oração principal.

Principais conjunções consecutivas: (tão) ... que, (tanto) ... que, (tal) ... que, (tamanho) ... que, de forma que, de modo que, de sorte que, tanto que etc.

"Tanto fiz QUE RECOBREI MINHA COR LOURA ANTIGA." (A. Prado)
"Era uma voz tão grave QUE METIA MEDO." (A. Meyer)
"Tamanho foi o seu enlevo, QUE NÃO VIU CHEGAR A PATROA." (Monteiro Lobato)
Observação: A locução para que antecedida de muito ou demais introduz uma oração consecutiva:
O cargo era muito bom PARA QUE EU RECUSASSE.

7. Finais

Indicam o fim, o objetivo do fato enunciado na oração principal.

Principais conjunções finais: para que, que (= para que), a fim de que, porque.

"A criança morre PARA QUE O HOMEM POSSA VIVER." (A. Meyer)

8. Proporcionais

Indicam uma relação de proporcionalidade com o verbo da oração principal.

Principais conjunções proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, (quanto mais) ... mais, (quanto mais) ... menos etc.

"Quanto mais pensava no recado, MAIS ENFEZADO IA FICANDO." (J. J. Veiga)

"À MEDIDA QUE AVANÇA A CONTAMINAÇÃO DE RIOS E REPRESAS, os responsáveis pelo abastecimento de água cada vez mais se voltam para a exploração das águas subterrâneas." (Senhor)

9. Temporais

Indicam a circunstância de tempo em que ocorre a ação do verbo da oração principal.

Principais conjunções temporais: quando, enquanto, assim que, logo que, até que, depois que, desde que, que, apenas, mal, sempre que, cada vez que, antes que etc.

"A idéia me veio QUANDO ANCOREI O BARCO NA ILHA DESERTA." (J. Silveira)

"MAL ENTROU EM CASA, tocou o telefone." (D. Trevisan)

"Era esta a imagem que me vinha à cabeça SEMPRE QUE PENSAVA NOS OLHOS DAQUELA SENHORITA." (R. Braga)

Diferença entre oração subordinada adverbial causal e coordenada sindética explicativa

É difícil, às vezes, distinguir uma oração subordinada adverbial causal de uma oração coordenada sindética explicativa. Eis alguns artifícios que podem auxiliar na distinção desses dois tipos de oração:

a) Geralmente, a oração que antecede a oração coordenada explicativa tem o verbo no modo imperativo.
"Fiquem quietos, que o professor já vem."
Verbo no imperativo: fiquem.

  • Oração coordenada sindética explicativa: que o professo já vem.

b) A oração subordinada adverbial causal pode ser colocada no início do périodo, introduzida pela conjunção como, o que não ocorre com a coordenada sindética explicativa:

"Não vim à aula PORQUE ESTAVA DOENTE."

"COMO ESTAVA DOENTE, não vim à aula."


Exercícios


1. Separe as orações dos períodos e classifique-as:


a) Em alguns pontos, a areia é tão fofa e movediça que os animais das tropas viajeiras arquejam de cansaço quando vencem aquele terreno incerto.


b) Ele falou de minha mãe com tanto carinho que me cativou, embora eu ficasse enciumada.

c) Depois que ele partiu, tão grandes foram as mudanças que terá surpresas quando voltar.

d) Quando o Oceano arremessa a fúria de suas águas contra o Amazonas, o rei dos rios ruge furioso se os vagalhões ameaçam seu colossal império.


02. “Maria das Dores entra e vai abrir o comutador. Detenho-a: não quero luz” Os dois pontos usados na frase estabelecem uma relação de subordinação entre as orações. Que tipo de subordinação?


a) Temporal

b) Final

c) Causal

d) Concessiva

e) Conclusiva


03. Em qual dos períodos abaixo há uma oração subordinada adverbial que expressa uma idéia de concessão?


a) Diz-se que a obra de arte é aberta; possibilita, portanto, várias leituras.

b) Pode criticar, desde que fundamente sua crítica em argumentos.

c) Tamanhas são as exigências da pesquisa científica, que muitos desistem de realizá-la.

d) Os animais devem ser adestrados, ao passo que os seres humanos devem ser ducados, visto que possuem a faculdade de inteligente.

e) Não obstante haja concluído dois cursos superiores, é incapaz de redigir uma carta.


04. No período: “Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou, embora com menos entusiasmo”, a palavra destacada expressa uma idéia de:


a) Explicação

b) Concessão

c) comparação

d) modo

e) conseqüência


05. Em “Orai porque não entreis em tentação”, o valor da conjunção do período é de:


a) Causa

b) Condição

c) Conformidade

d) Explicação

e) finalidade


06. (UEPA- 2003) “Mas não é apenas de boas noticias que vive o setor. Pesquisas recentes comprovaram que a cultura em cativeiro causa impacto no ambiente”. Nesta parte do texto, a pontuação que separa uma frase de outra, além de assinalar uma pausa na leitura, estabelece uma relação coesiva seqüencial do tipo:


a) concessiva

b) causal

c) comparativa

d) alternativa

e) final


LEIA O TEXTO A SEGUIR PARA RESPONDER AS QUESTÕES QUE SEGUEM


Um arriscado esporte nacional


Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médico e louco todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja à própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40 % das vendas realizadas pelas farmácias nas grandes metrópoles

brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento de venda “livre” de seus produtos – isto é, das vendas realizadas sem receita médica.

Diante desse quadro, o médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedica por sugestão de

amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude. Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.

É comum, por exemplo, que um simples resfriado ou uma gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses insuficientes ou inadequadas de antibióticos fortíssimos, reservados para infecções graves e com indicação precisa.

Quem age assim está ensinando bactérias a se tornarem resistentes a antibióticos. Um dia, quando realmente precisar do remédio, este não funcionará. E quem não conhece aquele tipo de gripado que chega a uma farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe aplique uma “bomba” na veia, para cortar a gripe pela raiz? Com isso, poderá receber na corrente sangüínea soluções de glicose, cálcio, vitamina C, produtos aromáticos – tudo isso sem saber dos riscos que correr pela entrada súbita destes produtos na sua circulação. MEDEIROS, Geraldo.- VEJA, 18 dez. 1985


07. No texto, o uso de conectores introduz os valores semânticos que estão indicados ao lado, EXCETO:


a) Já que (linha 1) – introduz uma justificativa para o que se diz na linha anterior.

b) E (linha 1) – liga dois atributos que ocorrem simultaneamente.

c) um pouco (linha 1) – orienta no sentido da afirmação da propriedade. Pode se opor a pouco.

d) já que (linha 1) – coloca um argumento mais forte em favor do que foi dito.

e) Mas (linha 2) – coloca um argumento mais vigoroso em relação ao que já foi mencionado. Há uma oposição de intensidade entre as duas orações.


08. Com relação ao elemento coesivo “tão...como” presente na linha 2, pode-se dizer que:


a) Apresenta valor explicativo, já que introduz um motivo para que a idéia da oração anterior se expresse.

b) É um marcador de retificação, pois especifica o que foi dito anteriormente.

c) É um marcador de comparação, pois indica que o fenômeno da automedicação jamais foi tão preocupante como o é atualmente.

d) Trata de apresentar uma idéia de igualdade, intensificada pelo advérbio “jamais”.

e) Indica a exclusão da idéia de que hoje o ritmo das automedicações é mais intenso que dantes.


Por Cristiane Toledo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário