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domingo, 8 de agosto de 2010

Dialetos do nordeste brasileiro


Os dialetos nordestinos são os falares da variante da língua portuguesa usada nos estados do Nordeste brasileiro. Segundo a classificação proposta por Antenor Nascentes, esses dialetos, juntamente com os dialetos amazônicos, constituem o chamado português brasileiro setentrional, em comparação com as variantes do português faladas nos demais estados brasileiros.

O dialeto nordestino, entre outros dialetos compatriotas, pode ser dividido em dois grandes blocos. O primeiro bloco é formado pelos dialetos nordestinos setentrionais e os nordestinos meredionais (baianos ou nordestinos do sul).
O dialeto nordestino setentrional, é formado pelos dialetos nordestino do norte e do centro (central), além de abranger uma parte do dialeto nortista, que, na jurisdição da região Nordeste, passa a ser denominado meio-norte ou maranhense.
Já o dialeto baiano pode ser divido em "baiano do oeste" e "baiano do recôncavo". Dessa forma, pode-se definir outra diferenciação, sendo em três grandes dialetos da região, dispensando os termos setentrional e meridional.
Dessa forma, os dialetos mais aparentes podem ser definidos como "dialetos nordestinos":
  • do meio-norte (nortista ou maranhense): presente do Maranhão e Piauí;
  • do norte ou cearense: presente no Ceará;
  • do centro: presentes nos interiores do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas;
  • do sudoeste (ou baiano do oeste): presente no interior da Bahia e Sergipe;
  • do sudeste (ou baiano do recôncavo): presente do Recôncavo Baiano;
  • metropolitanos: assim como no Recôncavo Baiano, há ligeiras diferenças entre o interior e as regiões metropolitanas dos estados como em João Pessoa e Recife, devido as recentes imigrações de outros estados.
Pode-se observar que, em alguns estudos, os dialetos baianos influenciam as áreas fronteiriças de outras regiões, como Minas GeraisGoiás e Tocantins,[1] o que faz com que alguns linguistas considerem como uma parte integrande do grupo sulista. Apesar destes mesmos estudos demonstrarem que o dialeto sulista e o baiano serem vizinhos, o termo "sulista" é mais adequado (e é usado) para definir o dialeto da região Sul, neste aspecto o melhor termo seria grupo "centro-sulista" que conota à região geoeconômica Centro-Sul e que reanmente tem vizinhança com os dialetos baianos, com evidência aos dialetos mineiro esertanejo. Alguns poucos linguistas contestam a relação entre os dialetos baianos e o grupo sulista, ou centro-sulista.


Peculiaridades gramaticais

Algumas peculiaridades gramaticais do português falado no Nordeste são: a omissão do artigo definido antes de nome próprio com a função implícita e instintiva de diferenciar objetos, animais e coisas de pessoas e afins, poupando assim artigos que seriam desnecessários e em demasiado "artificialesco" (forçado, algo não-natural e não-espontâneo), e acordo com os falantes dessa variação (p. ex.: "Maria foi à feira"em vez de "A Maria foi na feira") e a inversão da colocação da partícula negativa (p. ex.: "Sei não" em vez de "Não sei").


Composição lexical

O léxico adotado no Nordeste é, em sua maioria, o mesmo usado nas demais regiões do Brasil e em Portugal; contudo, pode haver grandes mudanças semânticas. Alguns exemplos dessas mudanças são palavras como "zunir", que quer dizer "arremessar", enquanto em outros lugares do Brasil designa o ruído do vento; ou "prenda", que no nordeste significa "presente", enquanto em outras regiões do Brasil significa "garota". O "tu",assim como no Sul do Brasil,é usado frequentemente na região nordeste. Em 2004, o jornalista Fred Navarro lançou oDicionário do Nordeste, contendo cerca de cinco mil palavras e expressões peculiares à região.

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