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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Você já ouviu falar em encontro vocálico? Então esta é uma grande oportunidade de conhecer!!!


Acento ou assento?

Era uma vez... Não! Eram duas vezes... Ou... Quantas vezes? Ora quantas vezes o leitor quiser! Um rapaz tímido de poucas palavras. Chamava-se Tritongo e que, por circunstancias várias, mudara para uma cidade interiorana.

- Táxi! Táxi!!

- Para onde? Perguntou o motorista!

- Para a Alameda Oxítona 111!

Não rodaram muito e já chegaram. Seu parente o recebeu com a mesma festa que proporcionara ao irmão, instantes antes, em férias escolares. Os dois primos eram diferentes dele, alegres espertos, falastrões, mas de um contraste notório e esquisito entre ambos.

Um dos primos chamava-se Ditongo. A sua estatura era interessante ora era crescente ora era decrescente variava conforme as circunstâncias. Este fato o tornava engraçado. O outro era grande, sua cintura era estranha parecia não existir, quando falava a parte superior descolava da inferior provocando um intervalo no meio. Chamava-se Hiato.

O dia seguinte foi cheio. Foram ao clube perto da praça das Paroxítonas . As arquibancadas do Ginásio Morfológico estavam lotadas, era a grande decisão do campeonato de Vôlei entre as seleções do Paraguai e Bolívia.

- Paraguai! Paraguai! Paraguai! – Gritava o Tritongo.

O Ditongo preferiu a Bolívia, a razão eram as pernas grossas e a simpatia das garotas da equipe. O Hiato sumiu! Levara consigo um assento, não gostava muito de sentar na arquibancada gelada e dura.

O jogo foi muito emocionante Parecia um jogo de um empate pela animação da torcida, a diferença foi somente na quadra. As meninas da Bolívia tinham mais técnica, porém estavam muito nervosas e sucumbira diante de uma equipe mais inferior, entretanto com uma regularidade de acertos acima da média. Final 3 x 0.

Fim do jogo. Apareceu o Hiato muito nervoso e já sem o assento, tinham-no roubado em uma briga que arrumara com um cara musculoso, bem acentuado, morador da Avenida Paroxítona, Terceira Silaba. Apto 03, como repetia a todo instante e nervosamente ao ouvido do Hiato, algumas vezes dava-lhe ainda reiteradas batidas com o acento na barriga do coitado.

Nervosos, tritongo e os primos pensaram em retirar-se. Hiato não se conformava em ter pedido o acento, achava que sem ele, perderia a identidade. Tritongo ficara nervoso pelo primo, entretanto não levara assento. Ditongo muito precavido ao sair de casa, também não levara um assento, porque somente usava o acento dependendo das circunstâncias. Porém agia de forma estranha, tenso o seu corpo encolhia como tartaruga que a voz nem conseguia sair da sua boca, e surpreendentemente, quando saía eram apenas poucas palavras que as vogais permaneciam na mesma sílaba.

Uma viatura da polícia, que fazia segurança no local, levou os quatro para a 26ª Delegacia. O delegado, Dr. Orto Gráfico, entrou na sala observou os quatro e perguntou:

- Afinal, é um problema de assento ou de acento?

Os quatros se olharam e ficaram sem entender a pergunta. Como não responderam o delegado deu o caso por encerrado, não antes de dar uma aula de encontro vocálico ao grupo e em seguida dispensou todos. Saíram os quatro mais uma vez sem entenderem nada!



(Ademar Oliveira de Lima)


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